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Acolhimento Familiar é tema de Diálogos Institucionais

Em mais uma edição dos Diálogos Institucionais, a Associação Empresarial (Acisbs) recebeu o juiz da comarca de São Bento do Sul, Edson Luiz de Oliveira, diretor da 2ª Vara, e a assistente social do Fórum, Isabel Luzia Fuck Bittencourt, para exposição das ações desenvolvidas em prol de trabalhos e projetos sociais voltados ao atendimento de crianças e adolescentes no município, mas especificamente, do programa Famílias de Apoio. O encontro aconteceu na segunda-feira, 21, na entidade.

O presidente Jonathan Roger Linzmeyer destacou a homenagem recebida em abril deste ano, onde a comarca do município recebeu a medalha Zilda Arns. A condecoração instituída em 2012, homenageia pessoas e instituições com ações e projetos em destaque na área. “Conhecer e incentivar esse programa é acreditar no futuro de nossa cidade” frisou.

O juiz Edson, ao iniciar a exposição, disse que quando chegou há seis anos no município se questionava como as famílias ficavam com as crianças e depois devolviam. “Me dava aflição. Mas conhecendo o programa percebi que o afeto é essencial, que ao invés de ser negativo é positivo. Eles precisam mesmo é de família”. Para ele, abrigos são a última opção que deve ser adotada. “Não vejo o judiciário sem o serviço de acolhimento familiar”, destacou. Para o magistrado, o serviço é modelo. Recebe muitas visitas de outros municípios para conhecer como é concretizado. São Bento do Sul é dos 60 municípios no estado que presta o serviço de acolhimento familiar e um dos primeiros em qualidade e dedicação. “Nós não inserimos crianças com menos de cinco anos em abrigo. Privilegiamos a primeira infância” contou.

Falando da dificuldade de lidar com situações de vulnerabilidades, o juiz Edson disse que sempre é difícil tomar a decisão do encaminhamento. Porém, para ele, contar com o programa significa motivo de orgulho. “As famílias acolhedoras são uma forma de conforto, de que as crianças ficarão bem”. Ele destaca ainda, que as famílias não são qualquer família, elas precisam ter capacidade de dar o amor incondicional às crianças e adolescentes para depois devolvê-los para que tomem outro rumo.

A assistente social, Isabel Bittencourt, contou que o programa luta para que o serviço permaneça de excelência. Desde 2002, quando foi instituído no município, a comarca vem divulgando e incentivando para que a comunidade continue receptiva. “Se não tivermos uma comunidade que aceite e entenda o acolhimento familiar, não temos como concretizar o programa. E São Bento do Sul desde então, tem se mostrado estruturado”. A profissional diz ainda, que hoje, o acolhimento familiar é reconhecimento nacionalmente e legalmente. “Perante o Estatuto da Criança e do Adolescente, o acolhimento é sim, uma medida de proteção. É um direito de toda criança e adolescente viver em família”. O abrigo, para ela, é uma instituição e não uma família, tudo é coletivizado. “Na família a convivência é de maneira natural, acompanhada de afeto” lembra.

São Bento do Sul tem sido palco de vários eventos de discussão do tema, assim como tem levado o modelo para outras comarcas. Isabel diz que a mensagem levada é sempre de que “toda criança precisa de um referencial afetivo e a vinculação com a família acolhedora é ótimo. Com atenção, estímulo e amor ela se desenvolve”. Mas a assistente social reforça que a família acolhedora precisa estar preparada para viver um amor sem posse e desprendido. “Essa evolução humana de proporcionar um amor de doação, incentiva a criança a seguir sua origem” destacou. Isabel conta que para a criança, o momento do acolhimento é essencial, pois constrói memórias positivas perante a tantas negativas, que são criadas pelas mais diversas condições vivenciadas pela criança.

Família acolhedora – durante o encontro eles falaram como famílias interessadas em participar no programa podem se habilitar. É necessário realizar um cadastro na Assistência Social do município, “com disponibilidade afetiva” destacam. “A atividade é sem remuneração. O programa oferece uma ajuda para os cuidados básicos da criança acolhida” falou Isabel. Ela fala ainda, que não se buscam famílias perfeitas, mas sim, pessoas com condições de proteger, acolher e fazer o bem para a criança ou adolescente. O município possui hoje 19 famílias acolhedoras e 25 crianças acolhidas.

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