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Diálogos Institucionais recebe delegado regional da Polícia Civil

A Associação Empresarial (Acisbs) recebeu na edição dos Diálogos Institucionais de segunda-feira, 13, o delegado regional da Polícia Civil, Odair Rogério Sobreira Xavier, que iniciou com uma apresentação da atuação da Polícia Civil. Para ele, ainda há muita confusão das atribuições de cada polícia, civil e militar. “Esse não entendimento até dificulta no pedido de alguma providência, em saber a quem recorrer”.

 

Ele fez uma alerta da necessidade de a população fazer uma diferenciação entre segurança pública e polícia. “As pessoas confundem e atribuem as responsabilidades de modo equivocado. Segurança pública é uma política de governo”. Segundo Sobreira, se espera muito que a polícia resolva o problema da criminalidade nos municípios, mas o que precisa vai além disso. “A cobrança sobre a polícia é correta, o equivocado é achar que a polícia tem solução para tudo” lançou.  Ele ressaltou que a criminalidade tem origem em muitos outros fatores que não cabem a polícia resolver. “Há uma necessidade de políticas de governo com ações conjuntas e coordenadas entre várias áreas.  Tem gente que acha que aumentar o efetivo da polícia vai resolver todos os problemas, mas isso não é suficiente. Os problemas são muito mais complexos”.   

 

Conforme o delegado regional “a realidade de São Bento do Sul é tranquila, pode e precisa ser melhorada. A preocupação é não permitir que se altere para pior”. A Delegacia Regional abrange os municípios de São Bento do Sul, Rio Negrinho e Campo Alegre e conta com um efetivo de 47 policiais civis. Rio Negrinho possui 11 policiais; dois delegados; dois escrivães e sete agentes. São Bento conta com 34 policiais; quatro delegados; seis escrivães, uma psicóloga e 23 agentes. Em Campo Alegre são dois policiais. No município, a delegacia regional compreende uma área de investigação criminal, que cuida de tráfico de drogas, homicídios e outros; também o Departamento de Proteção da Criança, Adolescente, da Mulher e do Idoso (DPCAMI) que atende todos os vulneráveis, com exceção dos portadores de necessidades especiais. E compreende ainda, a delegacia de delitos de trânsito, a delegacia da comarca e o núcleo de inteligência.

 

Entre os dados citados por Sobreira durante o encontro, estão números dos últimos três anos. No caso de roubo foram 68 em 2016 e 2017, e em 2018 já são 18 casos. De posse de drogas foram 58, 125 e em 2018 já são 72. “Com certeza em 2018 vamos ultrapassar 2016 e 2017”, avalia. Também o delegado trouxe números da expedição de documentos, onde a média é de 9.000 CNHs e de documentação de veículos apenas neste ano já são 24 mil documentos, que compreendem transferência, renovação, alteração de endereço e outros. A frota de São Bento do Sul é de 55 mil veículos.  Quanto a embriaguez ao volante, em 2018, já são 64 prisões.

 

Sobreira falou ainda, que há questões que merecem campanhas de conscientização e prevenção, citando a embriaguez ao volante, a violência doméstica e os casos de estupro, que no município é um índice elevado, que atinge 100 casos nos últimos três anos. “Grande parte dos estupros são contra criança e adolescentes, inclusive pelos próprios pais e parentes. Esses casos não são divulgados para preservar a vítima, na maioria das vezes, nós temos identificado o responsável e o responsabilizado”.  Segundo ele, 90% são familiares. “Esse tema merece uma campanha com o objetivo de reduzir o número”.  

 

Dos homicídios, o delegado contou que a Polícia Civil esclarece 80% dos casos. “Por mais que demore, nosso objetivo é não desistir. Até há casos que até caem no esquecimento, pois podem levar até dois anos, mas nós continuamos o trabalho”.

 

Quanto a estrutura atual da Polícia Civil, ele disse que “atualmente é confortável, que não estão desesperados, mas precisam melhorar”. Novas viaturas e a ampliação da estrutura física, que hoje já não atende toda a demanda, estão entre as prioridades. Da cela interditada, Sobreira disse que não havia condições de manter os presos na delegacia. “Chegamos a ficar com 15 presos por 20 dias. Alguns sem comida, com tuberculose e fraturas. Não tem condição. Foram feitas interdições sanitária e judicial” esclarece.

 

Sobre a Penitenciária Industrial “a opinião já é algo superada” diz Sobreira. E completa dizendo que a sociedade está em maior risco sem a penitenciária na cidade, pois os bandidos estão sendo soltos.

 

Estrutura Estadual

87 unidades da Polícia Civil
3.282 policiais civis
442 delegados
2.248 agentes
519 escrivães

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