Se o ditado diz que a união faz a força, as associações empresariais do Planalto Norte e a Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc) demonstram na prática o que isso representa. Juntas as entidades buscam angariar recursos para a viabilização do Hospital Infantil na região. O estudo de viabilidade prevê o orçamento de 10 milhões de reais e as associações querem buscar ao menos 15% para viabilização da obra de adequação do Hospital Santa Cruz para atendimento de crianças na região.

Segundo o presidente da Associação Empresarial de Canoinhas, Reinaldo de Lima Jr, uma força-tarefa já começou a ser feita com a busca de emendas parlamentares com os deputados estaduais. Além disso, uma Ação entre Amigos também busca levantar cerca de 1 milhão de reais. “Serão 100 mil bilhetes para ajudar a angariar fundos para o hospital. Já temos previsão de cerca de 650 mil reais de emendas parlamentares”, explica o presidente. Ele acredita que o projeto será concluído em um curto período. “É um sonho para todos nós da região e tenho certeza de que vamos realizar este projeto. Estamos trabalhando intensamente para a execução do projeto e termos ao menos 1,6 milhão de reais.

O vice-presidente Regional do Planalto Norte, Antonio Tiburske, disse que a Facisc vê a implantação do Hospital Infantil como uma prioridade para a região, visto que o deslocamento de famílias para outros centros em busca de atendimento é inviável. O vice-presidente da Federação, Elson Otto também participou da reunião e disse que o sistema Facisc apoia sem dúvida para que este projeto se realize o mais rápido possível. “Independentemente da forma, estaremos juntos”.

O coordenador médico do Hospital Santa Cruz de Canoinhas, Michael Lang, que também é consultor em saúde, apresentou um estudo de viabilidade para a implantação do Hospital Infantil. Segundo ele, o Planalto Norte tem mais de 350 mil habitantes, e 24% da população é de crianças. São 13 municípios que compreendem a região. A taxa de mortalidade infantil é de 10.8%. “Não há nenhum serviço de alta complexidade infantil na região. Também não existem leitos de UTI pediátrica, apenas UTI Neonatal. “Não podemos ter situações como a de uma criança que veio a falecer por um impasse em quem deveria abastecer a ambulância para o deslocamento até Joinville”. A região ainda tem falta serviços de oncologia, cardiologia, ortopedia, neurologia, neurocirurgia, entre outros. “Atualmente na região cerca de 13% da população usa serviços de saúde suplementar, ou seja, particular. Em São Bento do Sul chega a 20%.”. Segundo o médico, se fosse para construir um hospital infantil do zero seria em torno de 120 milhões de reais. Para abrigar o hospital infantil no Hospital Santa Cruz, o projeto de adequação é de 10 milhões. Para Tiburske, a viabilidade do Hospital Santa Cruz é a união do atendimento público e o atendimento privado.

Hospital Santa Cruz – O Hospital Santa Cruz conta com uma estrutura que ajudará a viabilizar a implantação do Hospital Infantil. A estrutura tem alas para atendimento de pacientes do serviço de saúde suplementar e pacientes SUS, ala para pacientes com Covid, centro cirúrgico, obstétrico, ala de UTI, maternidade, conta com serviços de imagem completo com tomografia, ressonância magnética e raio-x, centro médico 24 horas para atendimento urgência e emergência, 177 leitos, atendimento eletivo para consultas, além de outros serviços que fazem o hospital funcionar, como nutrição e dietética e lavanderia própria.

Os dados também demonstram a importância do hospital regional. Mais de 50% dos pacientes atendidos no Santa Cruz são de outras cidades da região. “Na prática, já é um hospital regional. É um hospital altamente eficiente para atender a demanda de se tornar um hospital infantil”, explicou Lang. A média de internação é de quatro dias. Foram cerca de 5 mil nascimentos no Planalto Norte em 2019.