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O empreendedorismo é uma forma de inovar

Os empresários Clóvis Tramontina, do grupo Tramontina, e Júnior Durski, do Madero, mostraram na Expogestão como formar uma cultura de gestão

O brasileiro tem a alma empreendedora. Um levantamento feito pelo Global Entrepreneurship Monitor (GEM) mostra que a taxa de empreendedorismo no país é a oitava entre 62 países pesquisados. Um dos desafios de quem quer montar o seu próprio negócio ou já tem um estabelecido é a formação de uma cultura de gestão. O tema esteve em pauta na Expogestão, que vai até amanhã (11), na Expoville, em Joinville (SC), e reuniu Clóvis Tramontina, presidente do conselho de administração da Tramontina, e Júnior Durski, presidente da rede de restaurantes Madero.

Quatro ingredientes são fundamentais para o empreendedor bem-sucedido, diz Clóvis Tramontina: é preciso ter capacidade de inovação, ter paixão pelo que faz, introduzir um novo produto e ser criativo no que faz. “Empreender é inovar”, diz.

A Tramontina é um dos mais tradicionais grupos empresariais gaúchos. Fundado em 1911, em Carlos Barbosa, pelo filho de imigrantes italianos Valentim Tramontina, atualmente emprega mais de 8 mil pessoas em dez unidades fabris. São mais de 18 mil itens produzidos que são distribuídos para 120 países.

O grupo prioriza valores como a simplicidade e a objetividade, essenciais na atividade empreendedora. “Procuramos transformar situações complexas em simples. A simplificação é o último passo da sofisticação, já lembrava o cientista e pensador italiano Leonardo da Vinci.”

Outras estratégias utilizadas pela Tramontina são a valorização da prata da casa e a gestão descentralizada. O executivo diz que há integrantes de três gerações de uma mesma família trabalhando no grupo. A retenção de talentos também é importante. “Procura-se dar muitas oportunidades. Os diretores e gerentes vieram da base da fábrica.”

A gestão descentralizada é uma das fontes de novas oportunidades para os funcionários do grupo gaúcho. Segundo ele, cada novo negócio tem um líder que é responsável por gerar resultados e disseminar a cultura da empresa.

Júnior Durski destaca que é preciso se reinventar constantemente. “Não é fazer o que gosta, mas sim gostar do que faz.” Ele já foi vereador, advogado, empresário do segmento madeireiro e desde 1999 se dedica à paixão de cozinhar. Primeiro, estabeleceu o restaurante Durski, de comida polonesa e ucraniana em Curitiba, e em 2005 implantou o primeiro Madero, também na capital paranaense.

Segundo ele, o segredo do sucesso é a conjugação do talento e do trabalho. E para crescer com qualidade, diz que é preciso focar em processos e procedimentos. Para este ano, a rede de restaurantes projeta a abertura de 40 unidades. A expectativa é de encerrar o ano com 124 restaurantes, um faturamento de R$ 724 milhões e 4.000 funcionários.

Um dos principais cuidados que os empreendedores devem ter é o de fazer constantemente muita pesquisa. A inspiração do Madero vem dos Estados Unidos. A cadeia de restaurantes procurou trazer a alma das steak houses americanas. “O ambiente procura conversar com o produto”, destaca ele.

Outra característica relevante é ter humildade e aprender muito com os erros. As primeiras iniciativas em expandir o negócio não deram certo. Fatores como localização ou sazonalidade acabaram afetando e serviram de aprendizado para Durski. O grande salto veio com a mudança na estratégia de precificação. “Não adianta vender caro. Tem de ser acessível”, destaca ele.

Para este ano, ele projeta um crescimento de 65% nas vendas e uma geração de caixa (EBIDTA) de R$ 130 milhões, mesmo em um cenário em que a atividade econômica deve se recuperar lentamente. “A crise pode ser bem usada. A dificuldade pode criar a oportunidade.” O Madero, por exemplo, investiu no ano passado na agregação de mais tecnologia e na redução da taxa de desperdício, que caiu de 15% para 1,2%.

Outro foco é a valorização das pessoas. Segundo ele, é essencial criar mecanismos de motivação na carreira. “Um funcionário feliz é uma empresa satisfeita.” Mas esta ênfase não se restringe ao ambiente interno: a empresa procura apoiar entidades sociais nas regiões onde atua. Para 2017, ele projeta a doação de R$ 1 milhão em decorrência de eventos realizados pelo Madero. Durski acredita, entretanto, que é possível duplicar esse resultado, obtido principalmente com a venda de convites para as inaugurações das unidades.

 

 

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