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Na segunda-feira, dia 28, aconteceu a palestra internacional com o tema ‘China: o impacto das estratégias de inovação nas políticas industriais’ com o professor Dr. Xiangdong Chen, na Acisbs. Dr. Chen é professor titular da Beihang University – Escola de Economia e Administração, em Pequim, na China, nas áreas de transferência internacional de tecnologia e estudos de inovação. Seus principais campos de pesquisa nos últimos anos estão em Gerenciamento de propriedades, avaliação de patentes, tecnologias emergentes baseadas em patentes, transferência de tecnologia universidade-indústria e sistemas inovação regional e nacional. O professor Chen foi convidado como orador principal em vários países conferências e workshops nos EUA, Alemanha, Canadá, Holanda, Reino Unido, Brasil, Finlândia, Suécia, Japão, Coreia e China.
Em São Bento do Sul, ele palestrou pelo projeto Ideando da Univille. Chen falou sobre a trajetória do crescimento econômico chinês, elucidando seus erros e acertos. Ele começou com uma retrospectiva sobre o mercado falando sobre a composição do NIS – National Innovation System ou Sistema Nacional de Inovação, que é o fluxo de tecnologia e informação entre pessoas, empresas e instituições, essencial para o processo inovador em nível nacional. Com gráficos bem explicativos de conteúdo abrangente, o professor foi pautando pontos importantes da capacidade de inovação nacional e regional chinesa. Na composição do NIS há uma correlação entre política estratégica orientada, transferência de tecnologia entre universidades e indústria e concorrência orientada para o mercado com múltiplos fatores.
De acordo com Chen, para chegar num resultado econômico positivo, a China precisou de uma política industrial para inovação. Antes a produção do país estava voltada para a indústria pesada ou de base, que fornecia componentes para outras indústrias, assim como peças tipo hardware, orientada a equipamentos. Era uma tecnologia considerada estável, porém sem grandes representatividades na área da inovação. A China não fazia nenhum produto de destaque internacional, com exceção de poucas áreas como a indústria têxtil. Isso fazia com que a economia não ganhasse o mercado internacional.
De acordo com o professor Chen, o caminho para se tornar a segunda maior economia do mundo foi de muitos erros. Isso porque como havia poucos profissionais com expertise em áreas da engenharia ou tecnologia, a China acabava ficando para trás perante suas concorrentes. Dentre os exemplos citados pelo professor Chen estava o do refrigerador. Quando foi lançado esse equipamento para o comércio mundial, ele funcionava com cinco componentes e a China tentou de tudo para entrar nesse mercado. Porém, quando o país conseguiu fabricar com precisão e qualidade esses refrigeradores, os países já tinham inovado a tecnologia e estavam fabricando equipamentos com apenas dois componentes.
Para se adequar ao mercado, a China começou suas modificações industriais de dentro para fora, ou seja, investiu primeiro no mercado interno de acordo com a demanda. O objetivo das políticas públicas nesse sentido era viabilizar que as indústrias fossem colocadas onde eram necessárias num sistema chamado National Based Competition, que é uma competição colaborativa dentro do sistema NIS. Em 1972, o presidente norte-americano Richard Nixon visitou a China, foi a primeira visita de um chefe de Estado dos EUA ao país. Conhecido como “o aperto de mão que redefiniu o mundo”, a reunião diplomática entre Nixon e Mao Tsé Tung mudou para sempre as relações econômicas da China comunista com o mundo ocidental, numa caminhada estratégica que foi se moldando com o passar das décadas.
Autonomia – Antes dos anos 80, as empresas pertenciam ao estado e as universidades não tinham autonomia, mas isso mudou, em 1981 a China abriu as portas para empresas estrangeiras, dentro de um sistema que ainda envolvia o governo. Ainda assim, as restrições ao comércio foram afrouxadas e o investimento estrangeiro foi legalizado, sendo mais comuns em joint ventures entre empresas estrangeiras e unidades chinesas. A propriedade exclusiva de investidores estrangeiros também se tornou legal, mas viabilização de tais empreendimentos permaneceu questionável. Ainda assim, a China conseguiu parcerias e investimentos que resultaram em 2.737 projetos oriundos de vários países. Porém, mesmo com a abertura comercial, ainda havia a necessidade de colocar as empresas onde a demanda era necessária, então cada cidade ou região recebia um certo tipo de indústrias que atuam simultaneamente às universidades, endossando suas pesquisas e provendo o melhor aproveitamento educacional.
Potência Internacional – Levando em conta a abertura comercial, partir de 81, a China decolou como potência internacional e ganhou status de terreno fértil para investimento. Isso ficou provado nos anos seguintes. Entre 1990 e 1999 foram 30651 projetos estrangeiros investidos no país, resultado em mais de 99 bilhões de dólares em capital. Entre 2000 e 2008 o número subiu para 73645 projetos de diferentes países, somando o montante de 166 bilhões de dólares em investimentos. Mesmo com a economia crescente, a China em si ainda tinha dificuldades no mercado interno, com sua própria produção. Ainda era necessário se espelhar em outros países e tentar “copiar” alguns produtos antes que fosse possível trabalhar realmente com inovação. De acordo com o professor, em países em desenvolvimento, que é o caso do Brasil, é muito mais difícil conseguir um produto inovador.
O período de aprendizado da China no desenvolvimento das tecnologias avançadas foi marcado por conquistas e lições via “transferência internacional da tecnologia” num processo de learning by doing – aprender fazendo e, na via local, um upgrade nas capacidades de inovação num combinado entre as empresas e universidades de competição e colaboração. Alguns casos foram um sucesso como a ICT – information and communications technology (tecnologia da informação e das comunicações), telefones celulares, trens de alta velocidade (que são referência mundial e podem chegar a 300km/h) e network business. Já em utilidades domésticas existem erros e acertos e as grandes inovações ainda estão aparecendo em solo estrangeiro ao chinês, com poucas exceções. Já a indústria farmacêutica é considerada por Chen como uma grande falha, já que o mercado internacional ainda é muito melhor no assunto.
Quanto ao setor automobilístico, a China vem crescendo e desempenhando um papel fundamental no comércio internacional, especialmente pelos preços competitivos. Porém, ainda é notória a discrepância entre os carros chineses e de outros países como a Alemanha. Ainda assim, Chen destaca que a GM -General Motors, por exemplo, tem sua maior fábrica na China, o que mostra que os produtos base locais estão no caminho certo. Ainda de acordo com o professor Chen, a China cresceu muito nas últimas décadas e a participação notória do governo foi um fator regulador importante para esse processo, mas as políticas mais brandas de exportação e a interferência menor do estado na indústria estrangeira situada no país foram fundamentais para o crescimento exponencial chinês.
Chen destacou ainda alguns pontos importantes da inovação enérgica dessas mudanças dentro de alguns conceitos importantes tais como a divisão dinâmica das indústrias, GPT – General Purpose Technologies (tecnologias de uso geral), forças condutoras/fatores facilitadores, tecnologias emergentes, entre outros. De acordo com o professor, a zona de desenvolvimento é um muito importante, especialmente quanto às tecnologias das economias emergentes. No caso da China, começou com uma política forte e intervenções do governo, que fizeram a indústria evoluir para um mercado com funções estratégicas fortes e, por fim, a alcançando políticas apropriadas de intervenção num sistema equilibrado entre leis e mercado.
De acordo com o professor, diversidades de inovação fornecem recursos potenciais para convergência de tecnologia local. A força motriz dessa diversificação tecnológica está no consórcio entre indústrias e universidade, parques tecnológicos, alta tecnologia local e internacional de SMEs – Small and Medium-sized Enterprises e Startups, e empreendedores globais. Ainda dentro desse viés, o professor Chen destaca a inovação frugal chinesa que teve uma adoção conceitual na China caracterizada por um acompanhamento mercadológico tardio. Dentro desse parâmetro, o professor destaca a dedução na inovação de custos, a inovação de e para o fundo da pirâmide (BOP) – o fundo da pirâmide da riqueza ou o fundo da pirâmide de renda é o maior, mas mais pobre, grupo socioeconômico – e esforço baseado nas necessidades locais. O maior desafio foi a combinação de aprendizagem e experiência improvisada e extemporânea (learning curve). E por fim, ainda dentro da inovação frugal está uma nova visão da inovação com transferência de conhecimento e integração na indústria.
Outro ponto interessante é que a palestra do Professor Chen foi inteiramente em inglês e contou com um tradutor simultâneo. Chen reforçou algumas vezes a importância da língua inglesa para o mundo dos negócios e disse que a China já vem apostando no modelo bilíngue há algum tempo. O site da Universidade onde Chen trabalha é totalmente em inglês e pode ser visitado no link https://ev.buaa.edu.cn. Ainda na noite de segunda-feira, o professor Chen visitou a Univille São Bento do Sul para uma Smart Talk, promovida pelo projeto Ideando. Na ocasião, o professor respondeu perguntas dos alunos e professores que foram desde as modificações notórias do mercado chinês até a situação dos jovens no país.
Por Clara Fischer – assessora de imprensa da Univille São Bento do Sul
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